
Assisti ao filme Substitutos, divaguei em pensamentos vãos. Eis que vi uma síntese extrema do rumo que vem tomando nosso desejo enlouquecido de viver sem sofrimento e nosso medo da violência implacável que nos cerca.
A idéia de se adotar substitutos robôs e nos mantermos “protegidos”, bem como de escolhermos nossa replicar em idade, modelo enfim padrão de beleza, de nos relacionarmos por meios de chips me deixou impactada, e ao mesmo tempo parecia que no mundo simbólico aquele era o desejo social. Ficarmos imunes à vida.
Poxa, mataríamos o humano de nós, pagaríamos com nossa própria existência pelo suposto conforto e segurança. O que significaria saborear um doce de leite via ondas magnéticas enviadas à mente por meio do robô? E um beijo na boca, aquele arrepio da pele quando estamos apaixonados, e a adrenalina de uma prova, e as lágrimas do fim de um amor... Será que é viver, se proteger da própria vida!
Será que nos mantermos topados de bebidas, calmantes, drogas, novelas, BBB, de padrões escravizantes de beleza, de consumir a qualquer custo, a quantas parcelas forem, para satisfazer aos padrões e/ou a satisfação imediata de nossos desejos, pode significar uma vida distante da nossa essência de humanidade e estarmos vivendo numa pele que não é a nossa?